quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

RESULTADO DE SELEÇÃO PARA O III CICLO DE LEITURA DRAMATIZADA

ATENÇÃO!!!!
O projeto NEGRO OLHAR III CICLO DE LEITURA DRAMATIZADA informa que:
Por falta de acordo entre as partes (Correios e Produção), a terceira edição do projeto não mais será realizada no Centro Cultural dos Correios RJ. Sua data e local de realização esta suspensa até a segunda ordem. No entanto, informamos que os selecionados no edital de autores permanecerão os mesmos. Quanto ao edital de atores e diretores, a seleção será mantida apenas com os inscritos até o dia 10 DE DEZEMBRO. Não será aberta nova seleção para mais inscritos.
O resultado da seleção será divulgado no blog do projeto e via email (aos selecionados) assim que anunciarmos um novo local e data para realização do evento.
Agradecemos a participação e compreensão de todos.

Att
Equipe Negro Olhar

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

ATENÇÃO!!!!

PRORROGADAS AS INSCRIÇÕES PARA SELEÇÃO DE ATORES E DIRETORES DO PROJETO NEGRO OLHAR III CICLO DE LEITURA DRAMATIZADA:

ATÉ DIA 10 DE DEZEMBRO

Não Percam!!!!

sábado, 12 de novembro de 2011

REGULAMENTO DE SELEÇÃO DE DIRETORES

NEGRO OLHAR – Solos Negros III ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros
SELEÇÃO DE NOVOS DIRETORES NEGROS BRASILEIROS.

REGULAMENTO:
I – DO OBJETO
1.1 O projeto “NEGRO OLHAR – Solos Negros III ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros” realiza seleção de diretores negros, brasileiros ou naturalizados;
1.2 O Objetivo desta seleção é abrir espaço para novos diretores negros brasileiros, assim como promover o intercâmbio artístico com nomes consagrados. O projeto acontecerá no primeiro semestre de 2010 durante cinco dias, sempre a partir das 19h, no centro cultural dos correios localizado na cidade do Rio de Janeiro;
1.3 Os diretores selecionados terão oportunidade de trabalhar com obras de autores negros consagrados do continente americano ou de novos expoentes da dramaturgia brasileira a serem selecionados pelo projeto. Também terão a oportunidade de dirigir atores consagrados além de novos talentos;
1.4 Haverá um debate após cada dia de leitura. Deverão estar presentes o diretor da leitura, um mediador e um convidado (o autor quando possível) com o intuito de discutir as questões levantadas no texto e responder as perguntas do público.
II – DAS CONDIÇÕES E INSCRIÇÕES
2.1 Poderão concorrer, brasileiros natos ou estrangeiros naturalizados, com a idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos;
2.2 Para confirmação da inscrição os diretores deverão enviar os seguintes materiais: currículo com foto, fotos de espetáculos dirigidos, clipping (opcional), o endereço de um vídeo postado no youtube (com trecho de um espetáculo dirigido), e carta de intenção (descrevendo porque deseja participar de um projeto como o Negro Olhar, voltado para as questões raciais) para o email negroolharleituradramatizada@gmail.com ;
2.3 Os candidatos deverão incluir no corpo do email os seus devidos contatos como telefones e endereço;
2.4 As inscrições estarão abertas de 11 a 01 de dezembro de 2011;
2.5 Somente serão aceitas inscrições que forem enviadas até 00:00 (meia noite) do dia 01 de dezembro de 2011;
2.6 Cada diretor receberá um pró-labore a ser acertado após o final da seleção;
2.7 O projeto não se responsabilizará por custos de hospedagem, passagem e alimentação ficando a cargo dos diretores selecionados tais despesas;
2.8 Ocorrerão de dois a três ensaios de três horas de duração cada, nas semanas que antecederem as leituras. Os ensaios serão realizados em espaço localizado na cidade do Rio de Janeiro;
2.9 Os atores serão selecionados pelo projeto através de testes e/ou indicação e distribuídos de acordo com a disponibilidade de tempo e necessidade de cada leitura.
III – DA SELEÇÃO
3.1 A seleção será realizada por uma Comissão Julgadora composta por profissionais da área de teatro;
3.2 Os critérios para a seleção levarão em consideração fatores como experiência e interesse no projeto através de carta de intenção;
3.3 A Comissão Julgadora será soberana em sua decisão, não cabendo recurso.
3.4 O resultado final será divulgado através do blog http://www.negroolhar.blogspot.com/ em 01 de dezembro de 2011.
IV – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
4.1 A inscrição no concurso implica na aceitação tácita das normas deste regulamento;
4.2 O presente regulamento ficará a disposição dos interessados no blog http://www.negroolhar.blogspot.com/
4.3Outros esclarecimentos podem ser obtidos pelo email negroolharleituradramatizada@gmail.com

EDITAL DE SELEÇÃO DE ATORES

terça-feira, 1 de novembro de 2011

RESULTADO DA SELEÇÃO DE AUTORES - III CICLO

Débora Almeida (RJ)
SETE VENTOS

Kátia Santos (RJ)
MEU DEUS, CADÊ ESSE MENINO!

Anderson Feliciano (MG)
ANTES QUE ACONTEÇA MUITA COISA PODE ACONTECER


Parabéns aos selecionados!! A produção entrará em contato em breve para maiores informações!

domingo, 30 de outubro de 2011

RESULTADO DA SELEÇÃO DE AUTORES

ATENÇÃO!!!!

O RESULTADO DA SELEÇÃO DE AUTORES PARA O III CICLO DE LEITURA DRAMATIZADA FOI ADIADO PARA DIA 2 DE NOVEMBRO

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

SELEÇÃO DE TEXTOS DE NOVOS DRAMATURGOS NEGROS



NEGRO OLHAR – III ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros
SOLOS NEGROS


SELEÇÃO DE TEXTOS DE NOVOS DRAMATURGOS NEGROS BRASILEIROS

REGULAMENTO:

I – DO OBJETO
1.1 O projeto “NEGRO OLHAR – III ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros – Solos Negros” realiza seleção de textos de teatro, da categoria monólogo, inéditos ou não, de dramaturgos negros brasileiros ou naturalizados;
1.2 O Objetivo desta seleção é ampliar a proposta dos ciclos anteriores, realizados na cidade do Rio de Janeiro, desde 2008, que trouxeram textos de renomados dramaturgos norte-americanos, brasileiros e caribenhos. Nessa nova etapa pretende-se trazer novas obras e mostrar o que de novo esta sendo feito no campo da dramaturgia negra brasileira. O foco deste ciclo são os monólogos, ou seja, os textos escritos para apenas um intérprete. O projeto acontecerá em janeiro de 2012 durante cinco dias consecutivos, sempre a partir das 19h, no Centro Cultural dos Correios localizado na cidade do Rio de Janeiro e contará com os textos selecionados neste concurso, além dos textos dos dramaturgos consagrados;
1.3 Os textos serão lidos e dirigidos por artistas consagrados e novos expoentes nas áreas de interpretação e direção;
1.4 Haverá um debate após cada dia de leitura. Deverão estar presentes o diretor da leitura, um mediador e um convidado (o autor quando possível) com o intuito de discutir as questões levantadas no texto e responder as perguntas do público;
1.5 Os textos concorrentes não sofrerão quaisquer restrições quanto à temática
abordada.

II – DAS CONDIÇÕES E INSCRIÇÕES
2.1 Poderão concorrer, brasileiros natos ou estrangeiros naturalizados, com a idade igual ou superior a 18 (dezoito) anos;
2.2 A extensão dos textos deverá possibilitar uma leitura dramatizada de, no mínimo, 45 minutos de duração;
2.3 Fica salvaguardado o direito do diretor de efetuar cortes, adaptações e outras modificações que julgar relevantes para a encenação do texto selecionado;  
2.4 Os textos deverão ser digitados em fonte Arial, corpo 12 (doze), em espaço 1,5 (um e meio) e com as folhas numeradas;
2.5 O encaminhamento deverá ser feito através do email negroolharleituradramatizada@gmail.com  incluindo a ficha de inscrição devidamente preenchida;
2.6 Os candidatos deverão incluir no corpo do email os seus devidos contatos como telefones e endereço;
2.7 Cada dramaturgo selecionado receberá R$ 500,00 pela participação;
2.8 O projeto não se responsabilizará por custos de hospedagem, passagem e alimentação ficando a cargo dos dramaturgos selecionados tais despesas;
2.9 As inscrições estarão abertas de 23 de Setembro a 15 de outubro de 2011;
2.10 Somente serão aceitas inscrições que forem enviadas até 00:00 (meia noite) do dia 15 de outubro de 2011;
2.11 O resultado final será divulgado através do blog www.negroolhar.blogspot.com em 30 de outubro de 2011.

III – DA SELEÇÃO
3.1 A seleção será realizada por uma Comissão Julgadora composta por profissionais da área de teatro;
3.2 Os critérios para as escolhas dos textos levarão em consideração a relevância das temáticas sugeridas e a inovação da linguagem ou estética proposta por meio de uma dramaturgia negra;
3.3 A Comissão Julgadora será soberana em sua decisão, não cabendo recurso;
IV – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
4.1 A inscrição no concurso implica na aceitação tácita das normas deste regulamento, ressalvando os direitos autorais do autor de encená-la;
4.2 O presente regulamento ficará a disposição dos interessados no blog www.negroolhar.blogspot.com
4.3 Outros esclarecimentos podem ser obtidos pelo email negroolharleituradramatizada@gmail.com
NEGRO OLHAR – SOLOS NEGROS
III ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros

SELEÇÃO DE TEXTOS DE NOVOS DRAMATURGOS NEGROS BRASILEIROS.


FICHA DE INSCRIÇÃO


Título da obra:......................................................................................................
Nome Completo do Autor:..................................................................................
Nome Artístico:....................................................................................................
Endereço Completo:............................................................................................
...............................................................................................................................
CEP:..............-........... Cidade...............................................................................UF:..........
E-mail.................................................................................................................... Telefones:............................................................. Celular:.................................
Identidade:............................................................, CPF:........................................................................

Declaração: Declaro para os devidos fins, que estou ciente e de acordo com o que determina o Regulamento do NEGRO OLHAR – SOLOS NEGROS III ciclo de leitura dramatizada com autores e artistas negros “SELEÇÃO DE TEXTOS DE NOVOS DRAMATURGOS NEGROS BRASILEIROS” e autorizo o projeto a realizar Leitura Pública da Presente obra teatral.


_______________________, ____de ____________de 2011


­­­­­­­­___________________________
Assinatura do Autor

segunda-feira, 13 de junho de 2011

2º ENCONTRO DE ARTE/EDUCAÇÃO DE OURO PRETO

13 e 14 de Julho de 2011
Universidade Federal de Ouro Preto
Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil
Local: Salão São João Del Rey - Parque Metalúrgico Centro de Artes e
Convenções de Ouro Preto
Tema: “Ver – Fazer – Fruir Arte”

1 Apresentação
O Departamento de Artes da Universidade Federal de Ouro Preto, a Curadoria Infanto Juvenil
do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes 2011 em parceria com a
FAOP – Fundação de Arte de Ouro Preto realizam em conjunto o 2º Encontro de
Arte/Educação de Ouro Preto. O evento tem o objetivo de discutir e analisar práticas da
Arte/Educação no ensino formal e não-formal, através de palestras, debates e comunicações.
Constitui-se como mais um lugar do fazer científico, onde pesquisadores possam apresentar
seus trabalhos e trocar experiências sobre o desenvolvimento da Arte/Educação no Brasil.

2 Programação
Dia 13/07
8h - Recepção e Credenciamento.
9h - Abertura.
9:15 h –
O Ensino da Arte na Fundação de Arte de Ouro Preto|FAOP
Palestrante: César Teixeira de Carvalho: Arte/educador. Bacharel em Ciência daias (UNB). Atualmente é Chefe de GabineteCláudia Regina dos Santos – Presidente da Associação Mineira deEmerson de Paula – DEART – UFOPPalestra: Texto e Jogo
Palestrantes:
Ingrid Dormien Koudela: Livre Docente pela ECA/USP e pesquisadora pelo
CNPq
, docente do Curso de Pós-Graduação em Artes Cênicas na ECA/USP. Autora de
JOGOS TEATRAIS
no Brasil. Pesquisadora de Brecht, com ênfase na Peça Didática, propõe uma abordagem
alternativa para o ensino/aprendizagem da linguagem teatral e do texto literário em suas
publicações, entre outras
(Perspectiva, 2002). Tradutora e introdutora do Sistema de Jogos TeatraisTEXTO E JOGO (Koudela, Perspectiva, 2010) e BRECHT NA PÓSMODERNIDADE
(Koudela, Perspectiva, 1996).

Maia Dormien Koudela:
em Educação Ambiental pelo SENAC e em Pedagogia do Teatro pela Universidade
de Sorocaba.
Mediador:
14:30 às 15 h: Debate
15 h:
Bacharel em Moda pela Universidade Anhembi Morumbi, PósgraduadaProf. Ms. Davi de Oliveira Pinto – DEART – UFOPPalestra: Arte/Educação e Identidade Étnica
Palestrante:
de Minas Gerais (2004) e bacharel em Filosofia. Professor adjunto III no Departamento de
Educação da Universidade Federal de Ouro Preto, na área de Metodologia Científica.
Atualmente, realiza estágio de Pós-Doutorado no Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação
em Estudos Étnicos e Africanos do Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal
da Bahia. Atua também no ensino, pesquisa e extensão com a temática da cultura afrobrasileira
e das religiões de matriz africana, em nível de graduação e de pós-graduação.
Mediadora:
16 às 16:30 h: Debate
16:30 h: Exposição de Livros, CD’s e Materiais Pedagógicos.
17 h: Encerramento
Erisvaldo Pereira dos Santos: Doutor em Educação pela Universidade FederalProfa. Ms Irce Guimarães – DEPRO – UFOP

Dia 14/07
9h – Palestra:
Propostas Artístico/Educacionais
Corpos Dançantes em Instituições de Ensino Formal e Não-Formal:
Palestrante:
professora fundadora do Curso de Graduação em Dança da Universidade Federal de
Alba Pedreira Vieira: Ph.D. em Dança (Universidade Temple, EUA, 2007),
Viçosa/UFV, onde atua, paralelo às atividades acadêmicas, em trabalhos artísticos na direçãoProf. Ms. Frederick Magalhães Hunzicker – DEART – UFOPCorpo, Som, Símbolo e Educação:
Mediadora:
Dança - UFV
11h30 às 11:45 h – Debate.
12h às 13:30 h – Almoço.
13:30 h – Palestra:
Profa. Michelle Gabrielli – Departamento de Artes e Humanidades/ Curso deA Arte/Educação e a Arterapia
Palestrante:
Universidade Federal de Ouro Preto, pós-graduada em Arteterapia pela Faculdade Mozarteum
de São Paulo e pós-graduanda em Recursos Corporais e Artísticos – Jung e Corpo pela
Universidade Paulista - UNIP. Compõe o grupo de estudos em Psicologia Analítica da Pfa. Dra.
Irene Arcuri há três anos. Atualmente mantém um espaço (Setting terapêutico) na Clínica de
Fisioterapia Dra. Rose Cundari em Boiçucança(SP) e coordena cursos de capacitação para
professores das redes pública e particular.
Maria Tereza Rodrigues de Souza: Licenciada em Artes Cênicas pela
Mediadora:
14:30 às 15 h – Debate
15h - Apresentação dos inscritos no grupo temático
Formais
Profa. Ms. Aline Andrade – DEART - UFOPArte/Educação e Espaços Não –
Mediador: Prof.
16 às 16:30 h – Debate
17 h: Encerramento

OFICINA DENTRO DO ENCONTRO:
Me. Acevesmoreno Flores Piegaz – DEART - UFOP
A Arteterapia e a Educação
Resumo:
a aprendizagem e os processos que ocorrem no inconsciente. Serão realizadas práticas
expressivas que possibilitarão o contato dos educadores com a teoria e com a prática da
linguagem arteterapêutica, a fim de instrumentalizá-los para um trabalho que valoriza o aspecto
subjetivo no processo da formação humana.
A oficina convida educadores e coordenadores a refletirem sobre a articulação entre
Currículo resumido:
Universidade Federal de Ouro Preto, pós-graduada em Arteterapia pela Faculdade Mozarteum
de São Paulo e pós-graduanda em Recursos Corporais e Artísticos – Jung e Corpo pela
Universidade Paulista - UNIP. Compõe o grupo de estudos em Psicologia Analítica da Pfa. Dra.
Irene Arcuri há três anos. Atualmente mantém um espaço (Setting terapêutico) na Clínica de
Fisioterapia Dra. Rose Cundari em Boiçucança e coordena cursos de capacitação para
professores das redes pública e particular.
Maria Tereza Rodrigues de Souza é Licenciada em Artes Cênicas pela
Período de Realização: 11 a 15/07 – 9 às 12 h - Carga-horária: 20 h
OBS.:
Pública de Ensino mediante comprovação.
A inscrição no Encontro é gratuita. A Oficina será gratuita para professores da Rede

3 Como inscrever seu trabalho nos grupos temáticos
Preencher formulário de inscrição disponível no site do Festival de Inverno de Ourowww.festivaldeinverno.ufop.br ou solicitar ocuradoriainfanto2011@gmail.com
Colocar antecedendo o resumo: Autor, título do trabalho, titulação, filiação institucional, vínculo
com a instituição (graduado; pós - graduando; pesquisador; pesquisador autônomo, docente).
Caso não haja vínculo institucional indicar: graduado por: (instituição), mestre por: (instituição)
e assim por diante. Máximo de 10 linhas, fonte Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5.
Enviar resumo (no máximo 10 linhas):
OBS:
um vídeo do trabalho.
Envie os formulários acompanhados de resumo (até 10 linhas) e um resumo ampliado para
análise da comissão dos GT’S. Formatação do texto integral: máximo de 10 laudas, fonte
Times New Roman, tamanho 12, espaço 1,5; papel A4, margens: superior 2,5cm; inferior
2,5cm; direita 3cm; esquerda 3cm, gravado em Word; contendo, Autor, Título e Filiação
Institucional. O texto integral é importante para possibilitar avaliação mais adequada pelos
coordenadores.
As inscrições de trabalhos podem ser feitas pelo e-mail
entregue diretamente no DEART – DEPARTAMENTO DE ARTES – UNIVERSIDADE
FEDERAL DE OURO PRETO – CAMPUS UNIVERSITÁRIO – MORRO DO CRUZEIRO – 31-
3559-1731. Se a inscrição for feita na sede é necessário que o material impresso seja
acompanhado de CD com texto integral para publicação nos anais.
Os coordenadores dos GT’s receberão os resumos das comunicações e farão seleção das
propostas aceitas, enviando as cartas de aceite aos trabalhos aprovados e organizarão as
No caso de ser comunicação com apresentação de trabalho prático enviar com o resumocuradoriainfanto2011@gmail.com ou
espectivas sessões de comunicação. Prevê-se a realização de dois GT’s, com apresentação

3.1 GT 1 – Corpo, Som, Símbolo e Educação: Experimentos e Propostas
Este grupo de Trabalho (GT) tem como perspectiva abordar as relações entre o ensino da
dança e do teatro na escola. Processos artísticos educacionais que envolvam as artes visuais e
a música também são contemplados neste GT. Pretende-se ainda, abordar processos que
investiguem o corpo do educando no espaço escolar e a discussão que cada um tem com seu
próprio corpo e como esse interfere nas extensões do seu viver. Os comportamentos e práticas
espetaculares humanos organizados, a diversidade e pluralidade cultural.
Comissão Científica:
Curso de Dança - UFV
Profa. Michelle Gabrielli – Departamento de Artes e Humanidades/

3.2 GT2 – Arte/Educação e Espaços Não – Formais
Este GT tem como perspectiva abordar as práticas artísticas na diversidade de formações que
a mesma pode engendrar. Incluem-se neste GT os estudos teórico-práticos dos contextos, das
culturas, dos discursos e das linguagens artístico-educacionais que têm como centro a
educação não-formal e a coordenação de projetos voltados para a comunidade e práticas
artísticas complementares às ações sócio-educativas e terapêuticas. Pedagogia do espectador:
Formação de Espectadores. Assim, é objeto de pesquisa deste GT processos e práticas de
educadores, educandos, artistas e espectadores nos diferentes espaços de educação nãoformal,
assim como, reflexões produzidas em diferentes perspectivas teóricas e metodológicas
relacionadas a esses processos.
Comissão Científica: Prof.:
Emerson de Paula – DEART – UFOP

4 Prazos
Inscrição para participante como ouvinte: 10/06 A 13/07
Inscrições para apresentação nos grupos temáticos: 10/06 A 27/06
Confirmação de participação no GT (por e-mail): 05/07

5 Realização
Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – Fórum das Artes 2011/Curadoria Infanto Juvenil
Departamento de Artes – DEART - UFOP

6 Coordenação Geral
Prof.: Emerson de Paula (DEART - UFOP)

7 Comissão científica
Prof. Me. Acevesmoreno Flores Piegaz – DEART - UFOP
Prof. Me. Davi de Oliveira Pinto – DEART – UFOP
Prof.: Emerson de Paula – DEART – UFOP
Profa. Michelle Gabrielli – Departamento de Artes e Humanidades/ Curso de Dança - UFV
de cinco trabalhos por Grupo Temático.
Preto e Mariana – Fórum das Artes 2011 –
mesmo pelo email
de espetáculos cênicos cujos participantes são alunos do Curso de Dança da UFV e alunos de
instituições de ensino formal e não-formal de projetos de pesquisa e extensão em dança . É
autora de diversos artigos e capítulos de livro publicados no Brasil e no exterior, e organizadora
do livro digital "Educação para as Artes" (2010). Atualmente, é professora da UFV (atuando
dentre outros conteúdos, com educação somática, improvisação, composição coreográfica e
solística), e professora colaboradora do Mestrado em Artes da UNESP (São Paulo), e do Curso
de Especialização "Pedagogias do Corpo" (Goiânia). Coordena projetos de pesquisa em arte
apoiados pelo CNPq, FAPEMIG e CAPES.
Mediador:
10h às 10:30 h: Debate
10h30 - Apresentação dos inscritos no grupo temático

Experimentos e Propostas
Computação (UFOP) com especialização em Educação Infantil (UNI-BH), Gestor Escolar
(CEPPEMG) e Arte, Educação e Novas Tecnolog
da Fundação de Arte de Ouro Preto|FAOP.Coordenador do Núcleo de Arte da Escola de Arte
Rodrigo Melo Franco de Andrade|FAOP (2007 a 2010). Professor Coordenador da Área de Arte
da Secretaria Municipal de Educação de Prefeitura Municipal de Ouro Preto (2005|2006).
Curador da Área Infanto-juvenil do Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana (2005|2007 e
2010). Professor de Arte da Rede Particular e Entidades não-governamentais (1996 a 2004).
Mediadora:

Arte/Educação - Amarte
10:15 às 10:45 h: Debate
10:45 h – Exibição de Documentário Temático sobre Arte/Educação
Mediador: Prof.:
11:30 às 12 h: Debate
12 às 13:30 h: Almoço
13:30 h:

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Relatora usa semântica e artifício para abafar polêmica
 
Afropress.com - Agência de Informação Multiétnica

Relatora usa semântica e artifício para abafar polêmica
 
Por: Redação - Fonte: Afropress - 4/6/2011
 
Brasília - Para se curvar às pressões do Ministro da Educação, Fernando Haddad - para quem não há racismo no livro "Caçadas de Pedrinho", do escritor Monteiro Lobato - e abafar a polêmica na mídia e nos meios acadêmicos, o Conselho Nacional de Educação (CNE), utilizou-se da manobra semântica de repetir quase na íntegra o texto do Parecer anterior, e de um artíficio jurídico: transformou o que era exigência em recomendação.
Quem aponta a manobra é o próprio autor da representação que originou a polêmica, o professor Antonio Gomes da Costa Neto, Técnico em Gestão Educacional e Mestre em Ensino Religioso e Religiões de Matriz Africana pela Universidade de Brasília (UnB). "O CNE voltou, sim, atrás. O que temos agora são apenas sugestões, recomendações", esclarece.
Parecer e recomendação
Ele explica que o CNE é um órgão normativo, ou seja seus Pareceres constituem Normas de cumprimento obrigatório pelo sistema de ensino, uma vez homologadas pelo ministro da Educação. Mas também pode fazer sugestões e recomendações.
Foi o que fez a relatora, professora Nilma Lino Gomes, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no novo Parecer de nº 06/2011, resultado do reexame do anterior - de nº 15/2010 -, exigido pelo ministro.
O novo Parecer que, segundo Gomes Neto, virou apenas uma sugestão/recomendação, foi aprovado por unanimidade pelos outros dois conselheiros: Francisco Aparecido Cordão e Adeum Hilário Sauer, respectivamente, presidente e vice da Câmara de Educação Básica.
A comparação do Parecer 15/2010, alvo de protestos de educadores, que não vêem racismo na obra de Lobato, mesmo conhecendo seu histórico de defesa da Eugenia (Higiene racial) e até da organização de extrema direta norte-americana Ku Klux Klan, com o novo textol, evidencia a volta atrás do CNE.
"Caso algumas das obras selecionadas pelos especialistas, e que componham o acervo do PNBE, ainda apresentem preconceitos e estereótipos, tais como aqueles que foram denunciados pelo Sr. Antônio Gomes Costa Neto e pela Ouvidoria da SEPPIR, a Coordenação-Geral de Material Didático e a Secretaria de Educação Básica do MEC deverão exigir da editora responsável pela publicação a inserção no texto de apresentação de uma nota explicativa e de esclarecimentos ao leitor sobre os estudos atuais e críticos que discutam a presença de estereótipos raciais na literatura. Esta providência deverá ser solicitada em relação ao livro Caçadas de Pedrinho e deverá ser extensiva a todas as obras literárias que se encontrem em situação semelhante", dizia a relatora antes. A exigência agora desapareceu.
Manobra jurídica
A manobra, segundo lembra Costa Neto, também fica evidente com a escolha da fundamentação jurídica pela relatora: ao invés da alínea "b", do parágrafo 1º da Lei 9.131/95, que autoriza a emissão de parecer, ela utilizou a alínea "a", que define, entre as atribuições da Câmara de Educação Básica "examinar os problemas da educação infantil, do ensino fundamental, da educação especial e do ensino médio e tecnológico e oferecer sugestões para sua solução".
"Numa palavra: o que era Norma, Parecer, de cumprimento obrigatório, uma vez homologado pelo ministro, virou apenas sugestão", acrescenta Gomes Neto.
A Ouvidoria da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) - que é parte legítima para recorrer da decisão - até agora não se manifestou sobre o caso. A Afropress tentou, sem sucesso, ouvir o atual Ouvidor, Carlos Alberto de Souza e Silva Júnior, porém, não teve retorno.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

ELE ESTA SENDO PUNIDO POR SER NEGRO SIM!!!!

Schumacher é conhecido como o Dick Vigarista da fórmula I e tudo o que ele faz é levado na esportiva e justificado na prática do esporte. É indiscutível que Hamilton não desce na guela branca e seca dos magnatas da fórmula I - que aliáis NUNCA teve um piloto negro em toda a sua história - "Quem esse neguinho pensa que é ??" devem pensar esses senhores. E quando ele tem a coragem - mesmo que em tom de piada - de dizer o verdadeiro motivo pelo qual esta sendo chamado na cabine pra levar pito a cada corrida, sofre a represália que sofreu. Deixemos de hipocrisia: É RACISMO SIM!!! Ele só se mantém lá porque não dá pra negar, o neguinho é bom pra c#@#x%#!!!!


Em defesa de Hamilton

por Gerson Campos 30 de maio de 2011 - 09:22
Gerson Campos Lewis Hamilton fez três ultrapassagens com a faca nos dentes em Mônaco. Foi punido duas vezes. Reclamou, citou o fato de ter sido chamado à torre de controle cinco vezes em seis corridas, disse que aquilo "era uma piada” e, quando perguntado por que atraia tanto os comissários, falou que talvez fosse pelo fato de ser negro. Depois, voltou atrás e pediu desculpas pela última parte da declaração, mas manteve as reclamações.

Não acho que Hamilton seja vítima de algum tipo de perseguição, mas vi e revi todos os lances de Mônaco e fui obrigado a concordar com Lewis. Hamilton jogou pesado nos três lances. Muito pesado. Mas não foi sujo.

Na primeira ultrapassagem, sobre Michael Schumacher na Saint Dévote, Hamilton usou a asa móvel, freou mais dentro, tocou rodas com o alemão e levou a melhor. Schumacher não aliviou nem um pouco. Viu que a McLaren vinha com mais ação e jogou o carro para dentro da curva. Na saída, Lewis deixou espaço para Schumacher. Se quisesse, poderia ter espalhado. Schumacher bateria.

Saiu sem punições dessa.

Na segunda ultrapassagem, sobre Felipe Massa na Löews, a curva mais lenta do circuito, Hamilton freou mais dentro e meteu o carro por dentro. Massa fechou a curva muito antes do normal (é só comparar com o carro que segue à frente da Ferrari para ver que o traçado ali é outro). Não deu outra: McLaren e Ferrari trocaram tintas e quase pararam enroscadas.

Como consequência do toque, Massa entrou no túnel com o bico quebrado, perdeu pressão aerodinâmica e acertou o guard-rail. Fim de corrida para ele. “Ele [Hamilton] precisa ser punido e precisa ser pesado. Pelo que ele fez hoje, deveria ser no mínimo desclassificado”, disse Massa depois da corrida.

Menos. Se Massa tivesse dado espaço, a batida não teria acontecido. Hamilton não foi o responsável direto pelo abandono. Foi, é claro, indiretamente culpado, mas só por ter tentado o que todo piloto deve tentar: passar quem está à frente, custe o que custar.

Por essa manobra, Lewis cumpriu um drive-through, pegou um Big Mac nos boxes e perdeu um bom tempo.
Não contente, Hamilton foi para cima de Pastor Maldonado nas últimas voltas. Tentou a mesma manobra que fez em cima de Schumacher. A diferença é que Maldonado, como Massa, fechou a curva antes esperando que Hamilton aliviasse. E ele não aliviou. O cara não alivia, é o estilo dele. Para mim, está certo. Aquilo é Fórmula 1, não é kart indoor. Não tem sentido jogar seu colega de trabalho para a grama disputando posição em uma corridinha da firma, mas faz sentido querer ter o melhor desempenho no trabalho.
Foto: AP
E o trabalho de Hamilton é ganhar posições e corridas. Ele foi agressivo nos três casos. Bem agressivo. Mas Schumacher, Massa e Maldonado não aliviaram. E realmente não tinham porque fazer isso. O trabalho deles também é ganhar posições e corridas.
Sobre isso, a melhor frase da história é de Ayrton Senna. “If you no longer go for a gap, you’re no longer a racing driver”. Tradução: se você não for em uma brecha, você não é mais um piloto de corridas.
Hamilton é um “racing driver” na essência. Isso deveria ser celebrado, mas está sendo punido. A Fórmula 1 anda careta demais.
http://br.formula1.esportes.yahoo.net/opiniao/112,Em_defesa_de_Hamilton

terça-feira, 24 de maio de 2011


Perdemos nosso grande mestre e ganhamos mais um Bakulo! Partiu esta manhã Abdias Nascimento! Até mestre! E obrigada!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

segunda-feira, 25 de abril de 2011

A CENSURA NA LITERATURA INFANTO JUVENIL

Oi gente! Quem puder não deixe de comparecer a esse encontro literário amanhã na Biblioteca Popular Municipal de Botafogo às 19h30. Temos que ficar atentos a maneira como esse debate será conduzido. Não podemos esquecer a recente repercussão da carta aberta a Ziraldo escrita por Ana Maria Gonçalves, à partir do episódio do bloco "Que merda é essa?" que escolheu o mesmo tema idêntico ao encontro literário proposto agora pela prefeitura. A referida carta não deixou dúvidas sobre o declarado racismo de Monteiro Lobato presente em algumas de suas obra, entre elas "As Caçadas de Pedrinho". A imprensa teve mesmo que reconhecer o eugenismo de Lobato (links abaixo). Pra quem não leu a carta de Ana Maria Gonçalves segue também abaixo. Espero que a recente discussão seja levada em consideração e que tenhamos ao menos mais de um ponto de vista na mesa, pois ignorar os recentes fatos trazidos a tona será no mínimo ultrajante. Mas vamos conferir.
 
http://www.jornaldaimprensa.com.br/Editorias/14158/Monteiro-Lobato,-Ziraldo-e-o-racismo-maluquinho
 
 
 
Carta aberta ao Ziraldo
 
Caro Ziraldo,
Olho a triste figura de Monteiro Lobato abraçado a uma mulata, estampada nas camisetas do bloco carnavalesco carioca "Que merda é essa?" e vejo que foi obra sua. Fiquei curiosa para saber se você conhece a opinião de Lobato sobre os mestiços brasileiros e, de verdade, queria que não. Eu te respeitava, Ziraldo. Esperava que fosse o seu senso de humor falando mais alto do que a ignorância dos fatos, e por breves momentos até me senti vingada. Vingada contra o racismo do eugenista Monteiro Lobato que, em carta ao amigo Godofredo Rangel, desabafou: "(...)Dizem que a mestiçagem liquefaz essa cristalização racial que é o caráter e dá uns produtos instáveis. Isso no moral – e no físico, que feiúra! Num desfile, à tarde, pela horrível Rua Marechal Floriano, da gente que volta para os subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal. Os negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão, vingaram-se do português de maneira mais terrível – amulatando-o e liquefazendo-o, dando aquela coisa residual que vem dos subúrbios pela manhã e reflui para os subúrbios à tarde. E vão apinhados como sardinhas e há um desastre por dia, metade não tem braço ou não tem perna, ou falta-lhes um dedo, ou mostram uma terrível cicatriz na cara. “Que foi?” “Desastre na Central.” Como consertar essa gente? Como sermos gente, no concerto dos povos? Que problema terríveis o pobre negro da África nos criou aqui, na sua inconsciente vingança!..." (em "A barca de Gleyre". São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1944. p.133).
Ironia das ironias, Ziraldo, o nome do livro de onde foi tirado o trecho acima é inspirado em um quadro do pintor suíço Charles Gleyre (1808-1874), Ilusões Perdidas. Porque foi isso que aconteceu. Porque lendo uma matéria sobre o bloco e a sua participação, você assim o endosse: "Para acabar com a polêmica, coloquei o Monteiro Lobato sambando com uma mulata. Ele tem um conto sobre uma neguinha que é uma maravilha. Racismo tem ódio. Racismo sem ódio não é racismo. A ideia é acabar com essa brincadeira de achar que a gente é racista". A gente quem, Ziraldo? Para quem você se (auto) justifica? Quem te disse que racismo sem ódio, mesmo aquele com o "humor negro" de unir uma mulata a quem grande ódio teve por ela e pelo que ela representava, não é racismo? Monteiro Lobato, sempre que se referiu a negros e mulatos, foi com ódio, com desprezo, com a certeza absoluta da própria superioridade, fazendo uso do dom que lhe foi dado e pelo qual é admirado e defendido até hoje. Em uma das cartas que iam e vinham na barca de Gleyre (nem todas estão publicadas no livro, pois a seleção foi feita por Lobato, que as censurou, claro) com seu amigo Godofredo Rangel, Lobato confessou que sabia que a escrita "é um processo indireto de fazer eugenia, e os processos indiretos, no Brasil, 'work' muito mais eficientemente".
Lobato estava certo. Certíssimo. Até hoje, muitos dos que o leram não vêem nada de errado em seu processo de chamar negro de burro aqui, de fedorento ali, de macaco acolá, de urubu mais além. Porque os processos indiretos, ou seja, sem ódio, fazendo-se passar por gente boa e amiga das crianças e do Brasil, "work" muito bem. Lobato ficou frustradíssimo quando seu "processo" sem ódio, só na inteligência, não funcionou com os norte-americanos, quando ele tentou em vão encontrar editora que publicasse o que considerava ser sua obra prima em favor da eugenia e da eliminação, via esterilização, de todos os negros. Ele falava do livro O presidente negro ou o choque das raças" que, ao contrário do que aconteceu nos Estados Unidos, país daquele povo que odeia negros, como você diz, Ziraldo, foi publicado no Brasil. Primeiro em capítulos no jornal carioca A Manhã, do qual Lobato era colaborador, e logo em seguida em edição da Editora Companhia Nacional, pertencente a Lobato. Tal livro foi dedicado secretamente ao amigo e médico eugenista Renato Kehl, em meio à vasta e duradoura correspondência trocada pelos dois: “Renato, tu és o pai da eugenia no Brasil e a ti devia eu dedicar meu Choque, grito de guerra pró-eugenia. Vejo que errei não te pondo lá no frontispício, mas perdoai a este estropeado amigo. (...) Precisamos lançar, vulgarizar estas idéias. A humanidade precisa de uma coisa só: póda. É como a vinha".
Impossibilitado de colher os frutos dessa poda nos EUA, Lobato desabafou com Godofredo Rangel: "Meu romance não encontra editor. [...]. Acham-no ofensivo à dignidade americana, visto admitir que depois de tantos séculos de progresso moral possa este povo, coletivamente, cometer a sangue frio o belo crime que sugeri. Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros." Tempos depois, voltou a se animar: "Um escândalo literário equivale no mínimo a 2.000.000 dólares para o autor (...) Esse ovo de escândalo foi recusado por cinco editores conservadores e amigos de obras bem comportadas, mas acaba de encher de entusiasmo um editor judeu que quer que eu o refaça e ponha mais matéria de exasperação. Penso como ele e estou com idéias de enxertar um capítulo no qual conte a guerra donde resultou a conquista pelos Estados Unidos do México e toda essa infecção spanish da América Central. O meu judeu acha que com isso até uma proibição policial obteremos - o que vale um milhão de dólares. Um livro proibido aqui sai na Inglaterra e entra boothegued como o whisky e outras implicâncias dos puritanos". Lobato percebeu, Ziraldo, que talvez devesse apenas exasperar-se mais, ser mais claro em suas ideias, explicar melhor seu ódio e seu racismo, não importando a quem atingiria e nem por quanto tempo perduraria, e nem o quão fundo se instalaria na sociedade brasileira. Importava o dinheiro, não a exasperação dos ofendidos. 2.000.000 de dólares, ele pensava, por um ovo de escândalo. Como também foi por dinheiro que o Jeca Tatu, reabilitado, estampou as propagandas do Biotônico Fontoura.
Você sabe que isso dá dinheiro, Ziraldo, mesmo que o investimento tenha sido a longo prazo, como ironiza Ivan Lessa: "Ziraldo, o guerrilheiro do traço, está de parabéns. Finalmente o governo brasileiro tomou vergonha na cara e acabou de pagar o que devia pelo passe de Jeremias, o Bom, imortal personagem criado por aquele que também é conhecido como “o Lamarca do nanquim”. Depois do imenso sucesso do calunguinha nas páginas de diversas publicações, assim como também na venda de diversos produtos farmacêuticos, principalmente doenças da tireóide, nos idos de 70, Ziraldo, cognominado ainda nos meios esclarecidos como “o subversivo da caneta Pilot”, houve por bem (como Brutus, Ziraldo é um homem de bem; são todos uns homens de bem – e de bens também) vender a imagem de Jeremias para a loteca, ou seja, para a Caixa Econômica Federal (federal como em República Federativa do Brasil) durante o governo Médici ou Geisel (os déspotas esclarecidos em muito se assemelham, sendo por isso mesmo intercambiáveis)".
No tempo em que linchavam negros, disse Lobato, como se o linchamento ainda não fosse desse nosso tempo. Lincham-se negros nas ruas, nas portas dos shoppings e bancos, nas escolas de todos os níveis de ensino, inclusive o superior. O que é até irônico, porque Lobato nunca poderia imaginar que chegariam lá. Lincham-se negros, sem violência física, é claro, sem ódio, nos livros, nos artigos de jornais e revistas, nos cartoons e nas redes sociais, há muitos e muitos carnavais. Racismo não nasce do ódio ou amor, Ziraldo, sendo talvez a causa e não a consequência da presença daquele ou da ausência desse. Racismo nasce da relação de poder. De poder ter influência ou gerência sobre as vidas de quem é considerado inferior. "Em que estado voltaremos, Rangel," se pergunta Lobato, ao se lembrar do quadro para justificar a escolha do nome do livro de cartas trocadas, "desta nossa aventura de arte pelos mares da vida em fora? Como o velho de Gleyre? Cansados, rotos? As ilusões daquele homem eram as velas da barca – e não ficou nenhuma. Nossos dois barquinhos estão hoje cheios de velas novas e arrogantes, atadas ao mastro da nossa petulância. São as nossas ilusões". Ah, Ziraldo, quanta ilusão (ou seria petulância? arrogância; talvez? sensação de poder?) achar que impor à mulata a presença de Lobato nessa festa tipicamente negra, vá acabar com a polêmica e todos poderemos soltar as ancas e cada um que sambe como sabe e pode. Sem censura. Ou com censura, como querem os quemerdenses. Mesmo que nesse do Caçadas de Pedrinho a palavra censura não corresponda à verdade, servindo como mero pretexto para manifestação de discordância política, sem se importar com a carnavalização de um tema tão dolorido e tão caro a milhares de brasileiros. E o que torna tudo ainda mais apelativo é que o bloco aponta censura onde não existe e se submete, calado, ao pedido da prefeitura para que não use o próprio nome no desfile. Não foi assim? Você não teve que escrever "M*" porque a palavra "merda" foi censurada? Como é que se explica isso, Ziraldo? Mente-se e cala-se quando convém? Coerência é uma questão de caráter.
O que o MEC solicita não é censura. É respeito aos Direitos Humanos. Ao direito de uma criança negra em uma sala de aula do ensino básico e público, não se ver representada (sim, porque os processos indiretos, como Lobato nos ensinou, "work" muito mais eficientemente) em personagens chamados de macacos, fedidos, burros, feios e outras indiretas mais. Você conhece os direitos humanos, inclusive foi o artista escolhido para ilustrar a Cartilha de Direitos Humanos encomendada pela Presidência da República, pelas secretarias Especial de Direitos Humanos e de Promoção dos Direitos Humanos, pela ONU, a UNESCO, pelo MEC e por vários outros órgãos. Muitos dos quais você agora desrespeita ao querer, com a sua ilustração, acabar de vez com a polêmica causada por gente que estudou e trabalhou com seriedade as questões de educação e desigualdade racial no Brasil. A adoção do Caçadas de Pedrinho vai contra a lei de Igualdade Racial e o Estatuto da Criança e do Adolescente, que você conhece e ilustrou tão bem. Na página 25 da sua Cartilha de Direitos Humanos, está escrito: "O único jeito de uma sociedade melhorar é caprichar nas suas crianças. Por isso, crianças e adolescentes têm prioridade em tudo que a sociedade faz para garantir os direitos humanos. Devem ser colocados a salvo de tudo que é violência e abuso. É como se os direitos humanos formassem um ninho para as crianças crescerem." Está lá, Ziraldo, leia de novo: "crianças e adolescentes têm prioridade". Em tudo. Principalmente em situações nas quais são desrespeitadas, como na leitura de um livro com passagens racistas, escrito por um escritor racista com finalidades racistas. Mas você não vê racismo e chama de patrulhamento do politicamente correto e censura. Você está pensando nas crianças, Ziraldo? Ou com medo de que, se a moda pega, a "censura" chegue ao seu direito de continuar brincando com o assunto? "Acho injusto fazer isso com uma figura da grandeza de Lobato", você disse em uma reportagem. E com as crianças, o público-alvo que você divide com Lobato, você acha justo? Sim, vocês dividem o mesmo público e, inclusive, alguns personagens, como uma boneca e pano e o Saci, da sua Turma do Pererê. Medo de censura, Ziraldo, talvez aos deslizes, chamemos assim, que podem ser cometidos apenas porque se acostuma a eles, a ponto de pensar que não são, de novo chamemos assim, deslizes.
A gente se acostuma, Ziraldo. Como o seu menino marrom se acostumou com as sandálias de dedo: "O menino marrom estava tão acostumado com aquelas sandálias que era capaz de jogar futebol com elas, apostar corridas, saltar obstáculos sem que as sandálias desgrudassem de seus pés. Vai ver, elas já faziam parte dele" (ZIRALDO, 1986,p. 06, em O Menino Marrom). O menino marrom, embora seja a figura simpática e esperta e bonita que você descreve, estava acostumado e fadado a ser pé-de-chinelo, em comparação ao seu amigo menino cor-de-rosa, porque "(...) um já está quase formado e o outro não estuda mais (...). Um já conseguiu um emprego, o outro foi despedido do quinto que conseguiu. Um passa seus dias lendo (...), um não lê coisa alguma, deixa tudo pra depois (...). Um pode ser diplomata ou chofer de caminhão. O outro vai ser poeta ou viver na contramão (...). Um adora um som moderno e o outro – Como é que pode? – se amarra é num pagode. (...) Um é um cara ótimo e o outro, sem qualquer duvida, é um sujeito muito bom. Um já não é mais rosado e o outro está mais marrom" (ZIRALDO, 1986, p.31). O menino marrom, ao crescer, talvez virasse marginal, fado de muito negro, como você nos mostra aqui: "(...) o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: por que você vem todo o dia ver a velhinha atravessar a rua? E o menino marrom respondeu: Eu quero ver ela ser atropelada" (ZIRALDO, 1986, p.24), porque a própria professora tinha ensinado para ele a diferença e a (não) mistura das cores. Então ele pensou que "Ficar sozinho, às vezes, é bom: você começa a refletir, a pensar muito e consegue descobrir coisas lindas. Nessa de saber de cor e de luz (...) o menino marrom começou a entender porque é que o branco dava uma idéia de paz, de pureza e de alegria. E porque razão o preto simbolizava a angústia, a solidão, a tristeza. Ele pensava: o preto é a escuridão, o olho fechado; você não vê nada. O branco é o olho aberto, é a luz!" (ZIRALDO, 1986, p.29), e que deveria se conformar com isso e não se revoltar, não ter ódio nenhum ao ser ensinado que, daquela beleza, pureza e alegria que havia na cor branca, ele não tinha nada. O seu texto nos ensina que é assim, sem ódio, que se doma e se educa para que cada um saiba o seu lugar, com docilidade e resignação: "Meu querido amigo: Eu andava muito triste ultimamente, pois estava sentindo muito sua falta. Agora estou mais contente porque acabo de descobrir uma coisa importante: preto é, apenas, a ausência do branco" (ZIRALDO, 1986, p.30).
Olha que interessante, Ziraldo: nós que sabemos do racismo confesso de Lobato e conseguimos vê-lo em sua obra, somos acusados por você de "macaquear" (olha o termo aí) os Estados Unidos, vendo racismo em tudo. "Macaqueando" um pouco mais, será que eu poderia também acusá-lo de estar "macaqueando" Lobato, em trechos como os citados acima? Sem saber, é claro, mas como fruto da introjeção de um "processo" que ele provou que "work" com grande eficiência e ao qual podemos estar todos sujeitos, depois de sermos submetidos a ele na infância e crescermos em uma sociedade na qual não é combatido. Afinal, há quem diga que não somos racistas. Que quem vê o racismo, na maioria os negros, que o sofrem, estão apenas "macaqueando". Deveriam ficar calados e deixar dessa bobagem. Deveriam se inspirar no menino marrom e se resignarem. Como não fazem muitos meninos e meninas pretos e marrons, aqueles que são a ausência do branco, que se chateiam, que se ofendem, que sofrem preconceito nas ruas e nas escolas e ficam doídos, pensando nisso o tempo inteiro, pensando tanto nisso que perdem a vontade de ir à escola, começam a tirar notas baixas porque ficam matutando, ressentindo, a atenção guardadinha lá debaixo da dor. E como chegam à conclusão de que aquilo não vai mudar, que não vão dar em nada mesmo, que serão sempre pés-de-chinelo, saem por aí especializando-se na arte de esperar pelo atropelamento de velhinhas.
Racismo é um dos principais fatores responsáveis pela limitada participação do negro no sistema escolar, Ziraldo, porque desvia o foco, porque baixa a auto-estima, porque desvia o foco das atividades, porque a criança fica o tempo todo tendo que pensar em como não sofrer mais humilhações, e o material didático, em muitos casos, não facilita nada a vida delas. E quando alguma dessas crianças encontra um jeito de fugir a esse destino, mesmo que não tenha sido através da educação, fica insuportável e merece o linchamento público e exemplar, como o sofrido por Wilson Simonal. Como exemplo, temos a sua opinião sobre ele: "Era tolo, se achava o rei da cocada preta, coitado. E era mesmo. Era metido, insuportável". Sabe, Ziraldo, é por causa da perpetuação de estereótipos como esses que às vezes a gente nem percebe que eles estão ali, reproduzidos a partir de preconceitos adquiridos na infância, que a SEPPIR pediu que o MEC reavaliasse a adoção de Caçadas de Pedrinho. Não a censura, mas a reavaliação. Uma nota, talvez, para ser colocada junto com as outras notas que já estão lá para proteger os direitos das onças de não serem caçadas e o da ortografia, de evoluir. Já estão lá no livro essas duas notas e a SEPPIR pede mais uma apenas, para que as crianças e os adolescentes sejam "colocados a salvo de tudo que é violência e abuso", como está na cartilha que você ilustrou. Isso é um direito delas, como seres humanos. É por isso que tem gente lutando, como você também já lutou por direitos humanos e por reparação. É isso que a SEPPIR pede: reparação pelos danos causados pela escravidão e pelo racismo.
Assim você se defendeu de quem o atacou na época em que conseguiu fazer valer os seus direitos: "(…) Espero apenas que os leitores (que o criticam) não tenham sua casa invadida e, diante de seus filhos, sejam seqüestrados por componentes do exército brasileiro pelo fato de exercerem o direito de emitir sua corajosa opinião a meu respeito, eu, uma figura tão poderosa”. Ziraldo, você tem noção do que aconteceu com os, citando Lobato, "negros da África, caçados a tiro e trazidos à força para a escravidão", e do que acontece todos os dias com seus descendentes em um país que naturalizou e, paradoxalmente, nega o seu racismo? De quantos já morreram e ainda morrem todos os dias porque tem gente que não os leva a sério? Por causa do racismo é bem difícil que essa gente fadada a ser pé-de-chinelo a vida inteira, essas pessoas dos subúrbios, que perpassam todas as degenerescências, todas as formas e má-formas humanas – todas, menos a normal, - porque nelas está a ausência do branco, esse povo todo representado pela mulata dócil que você faz sorrir nos braços de um dos escritores mais racistas e perversos e interesseiros que o Brasil já teve, aquele que soube como ninguém que um país (racista) também de faz de homens e livros (racistas), por causa disso tudo, Ziraldo, é que eu ia dizendo ser quase impossível para essa gente marrom, herdeira dessa gente de cor que simboliza a angústia, a solidão, a tristeza, gerar pessoas tão importantes quanto você, dignas da reparação (que nem é financeira, no caso) que o Brasil também lhes deve: respeito. Respeito que precisou ser ancorado em lei para que tivesse validade, e cuja aplicação você chama de censura.
Junto com outros grandes nomes da literatura infantil brasileira, como Ana Maria Machado e Ruth Rocha, você assinou uma carta que, em defesa de Lobato e contra a censura inventada pela imprensa, diz: "Suas criações têm formado, ao longo dos anos, gerações e gerações dos melhores escritores deste país que, a partir da leitura de suas obras, viram despertar sua vocação e sentiram-se destinados, cada um a seu modo, a repetir seu destino. (...) A maravilhosa obra de Monteiro Lobato faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças. Nenhum de nós, nem os mais vividos, têm conhecimento de que os livros de Lobato nos tenham tornado pessoas desagregadas, intolerantes ou racistas. Pelo contrário: com ele aprendemos a amar imensamente este país e a alimentar esperança em seu futuro. Ela inaugura, nos albores do século passado, nossa confiança nos destinos do Brasil e é um dos pilares das nossas melhores conquistas culturais e sociais." É isso. Nos livros de Lobato está o racismo do racista, que ninguém vê, que vocês acham que não é problema, que é alicerce, que é necessário à formação das nossas futuras gerações, do nosso futuro. E é exatamente isso. Alicerce de uma sociedade que traz o racismo tão arraigado em sua formação que não consegue manter a necessária distância do foco, a necessário distância para enxergá-lo. Perpetuar isso parece ser patriótico, esse racismo que "faz parte do patrimônio cultural de todos nós – crianças, adultos, alunos, professores – brasileiros de todos os credos e raças." Sabe o que Lobato disse em carta ao seu amigo Poti, nos albores do século passado, em 1905? Ele chamava de patriota o brasileiro que se casasse com uma italiana ou alemã, para apurar esse povo, para acabar com essa raça degenerada que você, em sua ilustração, lhe entrega de braços abertos e sorridente. Perpetuar isso parece alimentar posições de pessoas que, mesmo não sendo ou mesmo não se achando racistas, não se percebem cometendo a atitude racista que você ilustrou tão bem: entregar essas crianças negras nos braços de quem nem queria que elas nascessem. Cada um a seu modo, a repetir seu destino. Quem é poderoso, que cobre, muito bem cobrado, seus direitos; quem não é, que sorria, entre na roda e aprenda a sambar.
Peguei-o para bode expiatório, Ziraldo? Sim, sempre tem que ter algum. E, sem ódio, espero que você não queira que eu morra por te criticar. Como faziam os racistas nos tempos em quem ainda linchavam negros. Esses abusados que não mais se calam e apelam para a lei ao serem chamados de "macaco", "carvão", "fedorento", "ladrão", "vagabundo", "coisa", "burro", e que agora querem ser tratados como gente, no concerto dos povos. Esses que, ao denunciarem e quererem se livrar do que lhes dói, tantos problemas criam aqui, nesse país do futuro. Em uma matéria do Correio Braziliense você disse que "Os americanos odeiam os negros, mas aqui nunca houve uma organização como a Ku Klux Klan. No Brasil, onde branco rico entra, preto rico também entra. Pelé nunca foi alvo de uma manifestação de ódio racial. O racismo brasileiro é de outra natureza. Nós somos afetuosos”. Se dependesse de Monteiro Lobato, o Brasil teria tido sua Ku-Klux-Klan, Ziraldo. Leia só o que ele disse em carta ao amigo Arthur Neiva, enviada de Nova Iorque em 1928, querendo macaquear os brancos norte-americanos: "Diversos amigos me dizem: Por que não escreve suas impressões? E eu respondo: Porque é inútil e seria cair no ridículo. Escrever é aparecer no tablado de um circo muito mambembe, chamado imprensa, e exibir-se diante de uma assistência de moleques feeble-minded e despidos da menos noção de seriedade. Mulatada, em suma. País de mestiços onde o branco não tem força para organizar uma Kux-Klan é país perdido para altos destinos. André Siegfred resume numa frase as duas atitudes. "Nós defendemos o front da raça branca - diz o sul - e é graças a nós que os Estados Unidos não se tornaram um segundo Brasil". Um dia se fará justiça ao Kux-Klan; tivéssemos aí uma defesa dessa ordem, que mantém o negro no seu lugar, e estaríamos hoje livres da peste da imprensa carioca - mulatinho fazendo o jogo do galego, e sempre demolidor porque a mestiçagem do negro destroem (sic) a capacidade construtiva." Fosse feita a vontade de Lobato, Ziraldo, talvez não tivéssemos a imprensa carioca, talvez não tivéssemos você. Mas temos, porque, como você também diz, "o racismo brasileiro é de outra natureza. Nós somos afetuosos." Como, para acabar com a polêmica, você nos ilustra com o desenho para o bloco quemerdense. Olho para o rosto sorridente da mulata nos braços de Monteiro Lobato e quase posso ouvi-la dizer: "Só dói quando eu rio".
Com pesar, e em retribuição ao seu afeto,
Ana Maria Gonçalves
Negra, escritora, autora de Um defeito de cor.